Águas sem fim
* * * Escrever é como remar no mar denso, reforçando o contrato com os braços prestes a parar de remar. A visão limitada por mundos de águas à frente, briga com circunstâncias incapazes de mostrar algo além que um azul molhado e sem fim. Fico lento, devagar, paro. Subitamente, tiro as mãos do remo, deixando que as águas façam o trabalho que é para eu fazer (também faço assim com a caneta e o papel em minhas mãos), e percebo que são incapazes de conduzir a história da minha vida, sem que primeiro, recebam um comando dado por mim. Seguro os remos novamente, mas agora, com precisão nos punhos e equilíbrio emocional. Começo a remar novamente, mas desta vez, sabendo para onde ir. ...